julho 20, 2005

Para minha irmã

Mana, teu coração é puro
Mosca branca, pérola negra, padawan,

Faça um favor pra você.
Viva menos no Orkut.
Pense em como não faria sentido viver no plano telefônico.
É só um meio reles e saturado
Reúne o tempo ocioso de milhares
Interpreta um mega mural de ligeiros carinhos
Mas é puta de tudo
Um piniquinho de malvadezas rasas e solitárias

Esses pobres fantasmas telemáticos
São mortos longe da sua vida, da sua figura rica
Esses cadáveres crêem numa dita "cena" -
Maldita, no mau sentido, e sem sentido -
Que um dia serão lembrados como figuras folclóricas
Encenar em vez de viver? Pra quê?

Mas, enfim, já são mortos, miasminhas espirituais
Que se acham zombeteiros e espirituosos
Que as viúvas continuem a velar seus Finados
Até que elas próprias deixem de ser sequer uma vaga lembrança
Já que o que o mundo lhes reserva é a tal parte merecida desse latifúndio:
Sete belos palminhos de terra.

Todo mundo virar comida de formiga
Não tem porque passar a vida sob esses palmos
Muita coisa boa pra fazer...

Eles acham que fazem coisas importantes
Pois importante é fazer da própria vida uma obra de arte
Ter beleza, bom auspício, tranformar

Esse é o verdadeiro ultimo biz da caixinha
O resto é papel alumínio que brilha vistoso,
Amassado e pronto pra ir pro lixo.

Ria muito e faça da vida chocolate, babe.