março 13, 2006

Ligando Pontos Musicais

Com excessão dos críticos de música, que precisam manter o negócio deles fazendo favores para as grandes gravadoras, muita gente que vem falar comigo concorda com o fato de que a música atual já não nos revela grandes marcos. Uma coisa ou outra vira hit e é boa, mas é uma minoria.

Quando Last Nite dos Strokes rolou na internet antes dos caras lançarem o primeiro disco, a música foi clássico instantâneo nas pistas do planeta. Merecido. Mas logo que o primeiro disco saiu com verniz de música corporativa, a banda já não era a mesma. Já havia perdido a urgência, a crudeza. Sei lá.

Tudo bem. Como a gente não pode ficar sem música, o que a gente faz? Vasculha o passado, que é onde estão todos os grandes nomes, fuça a árvore genealógica do que rola hoje.

Eu sempre achei que o hip hop e mais recentemente a música eletrônica em geral nos dá uma grande chance de conhecer pérolas graças aos samples. Os DJs sempre conhecem profundamente música e descolam coisas legais pra colar em seus sons.

Eu por exemplo, faz uns 5 anos, conheci o organista Jimmy Smith graças aos Beastie Boys, que quase nem editaram e praticamente só versaram em cima do clássico Root Down (And Get It), de Smith. Foi uma porta aberta para todo o soul jazz e o mérito é todo dos Beastie Boys.

Então, quando você ouvir um loop legal, uma base bacana ou sei lá o que em alguma música, procure pelo som original no site Second Hand Songs. Ah, o site também vale para covers.

P a n d o r a

E como eu falei em DNA, tem uma galera que criou um projeto loco: eles selecionaram trocentas mil músicas, dissecaram-nas em partes celulares e estabeleceram o DNA dos sons. Resultado, você digita um nome de artista ou música e o Pandora te oferece algo similar pra ouvir. Ou seja, se você gosta de fulano, você precisa ouvir ciclano. E se a ferramenta te apresenta algo que você não gosta, é só dizer isso ao Pandora e você nunca mais vai ouvir aquela porcaria de novo ali.

E o troço funciona mesmo. Bem, funciona, por enquanto, com coisas mais populares. Por exemplo, tentei criar uma rádio de garage rock com base em Sonics e Milkshakes e a rádio só rola punk rock. Mas as outras, de black music e música jamaicana, funcionam que é uma beleza. Isso ocorre porque o Pandora relaciona as músicas conforme as semelhanças de sua estrutura e a informação sobre gênero musical é apenas um pequeno detalhe disso.

Dá pra criar rádios com suas escolhas, selecionar seus favoritos e guardar os nomes do que você não conhecia e passou a conhecer pelo Pandora. Enfim, você conhece novas crocâncias, pega os nomes e corre baixá-las no Soulseek ou no programa de compartilhamento que melhor lhe servir. Legal né?