fevereiro 21, 2008

Oceano escuro

Ser correto é dorido
E eu criei o temporal
A confusão não deixa espaço
Pra pensar na calmaria

Pus pra fora meu naufrágio
agora rogo por chão

As paredes ganham cores
A cama perde travesseiros

Vejo que fugi do mundo
Navegando a minha própria arrogância
Sem tripulação

Exceto por Dozepassos, meu grilo falante,
Marujo-irmão me ampara em seu ombro
- ele é meu sextante

Comando uma nave fantasma
Navego à deriva
Fugi do porto seguro
E agora tenho paixões vãs
Por serpentes marinhas

E me apego à memória
De meu velho, marinheiro
Que há muito se levou pelo mar

Sua aura brilhante me visita
Acalma a fúria da minha alma
Minha cabeça em chamas
Meu coração, falsa pedra gelada que ebule

Rogo o alento desse espectro-pai querido
Quando penso na travessia, no cais, no beijo partido e em
Onde estará a rainha que a lucidez escondeu?

Nada será como antes
Qualquer dia a gente se vê

No oceano escuro
Só estou eu
E a verdade

No final, no fim do mundo,
Quando as estrelas se apagam
Só, resta a verdade:

A liberdade angustia

1 Comments:

Blogger Andréa Muroni said...

Oi Vini!!!
Vim aqui visitar vc, nesta chuvosa e tediosa tarde de domingo.

Belos poemas. Belos mas angustiosos poemas de Amor.

Você está bem???????

Um grande beijo e vê se marcamos de tomar uma breja dia desses, certo??

And

6:07 PM  

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