julho 04, 2008

Arte é Sujeira pro Ogro do Kassab

A Esquerda ladina dá suas mancadas brabas, como a obra da artista plástica Elisa Bracher que apodreceu na mão da dna. Marisa no Alvorada em Brasília. Mas a Direita paulistana, estereotipada ou não, é famosa pelo elitismo. Na cabeça desses ogros, arte é coisa palaciana. Arte de rua, arte popular é algo que dá arrepios nessa gente. A menção ao episódio de Cidade Tiradentes é ótima e dá prova da mentalidade de higiene social desses senhores. Não há argumentos a favor desses ogros. Mas há o argumento deles - a hostil tinta cinza - contra esse belo painel e centenas de outros grafites magníficos que desaparecem diariamente na cidade. O Kassab não quer uma cidade limpa, quer uma cidade cinza. E os "pobres" que explodam na perifa...

VEJA O MICO DO IMBECIL AQUI: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u419115.shtml

março 14, 2008

Pessoas Invisíveis

Enquanto você olha pras vitrines
Eu vejo os cantos das calçadas
Vejo as pessoas invisíveis
Você não olha
Pra não cortar o apetite

Fácil é pagar o analista
Sofrer sua culpa católica
O mundo cru é mais difícil
Sem pão a gente morde a vida

Fácil é comprar no shopping center
Exaltar a brava "America"
O mundo cru é mais difícil
Sem pão a gente morde a vida

Escatologia compulsória
Esmola e fome,
Pinga e alienação
Humilhação, doença
E de repente a cabeça
Começa a ver bicho
A comer lixo
Falar em línguas
Um grito mudo
Um grito insano

Loucos são eles de gravata
Amigo, só o vira-lata
O mundo cru é mais difícil
Sem pão a gente morde a vida

Enquanto você olha pras vitrines
Eu vejo os cantos das calçadas
Vejo as pessoas invisíveis
Você não olha
Pra não cortar o apetite

Homens-baratas
não são grafites

fevereiro 21, 2008

Oceano escuro

Ser correto é dorido
E eu criei o temporal
A confusão não deixa espaço
Pra pensar na calmaria

Pus pra fora meu naufrágio
agora rogo por chão

As paredes ganham cores
A cama perde travesseiros

Vejo que fugi do mundo
Navegando a minha própria arrogância
Sem tripulação

Exceto por Dozepassos, meu grilo falante,
Marujo-irmão me ampara em seu ombro
- ele é meu sextante

Comando uma nave fantasma
Navego à deriva
Fugi do porto seguro
E agora tenho paixões vãs
Por serpentes marinhas

E me apego à memória
De meu velho, marinheiro
Que há muito se levou pelo mar

Sua aura brilhante me visita
Acalma a fúria da minha alma
Minha cabeça em chamas
Meu coração, falsa pedra gelada que ebule

Rogo o alento desse espectro-pai querido
Quando penso na travessia, no cais, no beijo partido e em
Onde estará a rainha que a lucidez escondeu?

Nada será como antes
Qualquer dia a gente se vê

No oceano escuro
Só estou eu
E a verdade

No final, no fim do mundo,
Quando as estrelas se apagam
Só, resta a verdade:

A liberdade angustia

fevereiro 19, 2008

Vá, cigarra, rompa
O escafandro de lava
Ordena: renasça!

fevereiro 09, 2008

Jay Reatard é Who´s Next na Spin

Poizé, eu vivo falando desse cabra para os camaradas faz um bom tempo. Garage punk bom, renovado e sujão, que é melódico tangendo o soul, mas não é punk melódico nem soul punk. É um punk que descobriu como compor boas músicas, bom rock´n´roll. Eu acho faz tempo que é uma das melhores coisas dos últimos anos que eu tenha ouvido. A Spin parece que descobriu só agora. Bem, eu TINHA QUE esnobar, haha! Afinal, a matéria principal dessa edição insiste no factóide de que Pete Drogadict, do Babeshambles (quem?) é a salvação da lavoura. Ridículo...

Confira o Jay Reatard no

Lost 4ª Temporada

A nova temporada de Lost começou... Faz crer que nem houve greve de roteiristas: geniais, fizeram na série uma nova série. Na verdade, não há novidade nisso... Essa é a estratégia dos caras...

Mas, enfim, nada será como antes amanhã... Se depender de quem escreve Lost, não mesmo...

janeiro 30, 2008

Persépolis

Persépolis é sem dúvida uma das melhores coisas que li nos últimos tempos e sua adaptação para o cinema é magnífica. A animação é co-dirigida por Marjene Satrapi, autora da história em quadrinhos que a ele deu origem.
Trata-se de um passeio autobiográfico pela infância, adolescência e a fase adulta de uma iraniana nascida numa família progressista que, na virada dos anos 70 para os 80 se vê cercada pela revolução islâmica e o cerceamento das liberdades individuais em prol do fundamentalismo religioso estatal.

No meio disso tudo, Marjene cresce e aprende, tentando a qualquer custo se insurgir e viver, seja por meio da cultura pop, de um jeito de usar o obrigatório capuz para mostrar um pouco mais o rosto ou, acredite, meramente andar com o namorado em público: contrapontos que para nós ocidentais parecem tolos, mas são sutis coquetéis molotovs atirados contra o sistema que submete sua geração e o restante de seu povo.

Essa produção franco-iraniana carrega o senso crítico, desenho de produção reverente ao traço underground, o drama, poesia e humor na medida certa, fazendo jus à obra original e a trabalhos como o jornalismo em quadrinhos de Joe Sacco e os testemunhos contra a guerra dos quadrinhos Gen e Maus.

Ah, para não perder a pegada da adaptação animada, deixe pra ler os quadrinhos depois. Mas não deixe de ler: é muito emocionante e imperdível!

Exibido na Mostra de Cinema de São Paulo de 2007, Persépolis está programado para estrear no circuito comercial brasileiro em 14 de fevereiro de 2008.

Enquanto não rola:

Baixe o torrent do filme (falado em francês)

Baixe a legenda em português

Veja o trailer:

janeiro 14, 2008

Minha lava é para a menina dos olhos marinhos

Na vila os cães uivam - até encher o saco
à lua imponente que cresce
no céu lavado de temporal.

Ainda que menos, ainda está quente.
Mais quente será aquele chatô
Modesto e charmoso ladeando o Una

Ou eu só olho pro lugar errado
Ou todos estão presos ensimesmados
Só sei que São Paulo é antártica sem você

Eu tremo lembrando da nesga que me tomou
o sol das três da tarde que saiu verde
pelo teu olho até o meu, e me sequestrou

Foi tanto, é tanto e faz tanto
Que é como uma lava impetuosa,
Um escudo isento de razão

Meu escafandro de lava
Me afunda e ameaça:
Morra! Renasça!

Mas foi tanto, é tanto e faz tanto
Que o visto voluntário
Pra afundar mesmo: sei meu destino.

Ir às suas profundezas,
seu cárcere marinho
Vou encantado, mas revoluto

Me enche de fúria histórica
Ouvir sua doce voz
sem minha balaclava e o ar

Submersa, uma sirena, violenta
Me arranca lágrimas quando me invade
Como uma cauterização de ouvido

Mas foi tanto, é tanto e faz tanto
Que surgimos daquela mesma célula
Que ainda que a pressão me mate, te entendo

Viemos do mesmo elemento.
Eu não posso fazer nada, só senti-la profundamente
São Paulo é antártica sem você

Então, de repente, pára seu grito
Quebra seu vidro
Sai pra brincar comigo

Quem me dera ser da minha conta o lugar dessa chave
Mas pouco importa: o planeta vai esfriar um dia,
Meu magma por você, nunca

Bom é quando você enche o peito de ar
Arranca seu rabo de peixe
E foge comigo pro mundo dos vivos

Então - longe daquelas profundezas frias
Temos sol, temos lua, temos chuva, gatos e bruxas
Temos voz, qualquer bobagem parece Nina

Foi tanto, é tanto e faz tanto
Que até te ouvir xingando os cães do Nilo
É música na Sampantártica

Rogo: mate seus monstros marinhos
Eu sempre sei onde você está!
Você está sempre, sempre, sempre comigo!

Mate seus monstros marinhos e vem brincar comigo
O Atlântico não é um abismo
É uma imensa lente de aumento

Por ela vejo que minha lava -
Nesse mar besta de umbigos -
É para a menina dos olhos marinhos

Vini Gorgulho
14 de janeiro de 2008
[Para Helô, minha companheira de vida]

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novembro 26, 2007

Wild Billy Childish & The Musicians Of The British Empire - Christmas 1979


Gingoubéu, gingoubéu, gingouóudeuei! É simples, saiu disco novo de Wild Billy Childish & The Musicians Of The British Empire e ele se chama Christmas 1979. Dá pra ouvir trechos das músicas no site do selo Damage Goods.

E é óbvio que eu já baixei tudo no Soulseek.


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The Sonics no You Tube e MySpace

A galera que foi ao show publicou no You Tube os vídeos captados, como esse abaixo:



E a sessão de fotos do MySpace do Cavestomp está com ótimas e raras imagens da banda. Acho que é preciso estar cadastrado nesse site de relacionamentos para poder ver fotos como a que publico abaixo.

novembro 24, 2007

‘Not dead yet,’ Tacoma’s Sonics set to rock again


The Sonics are Tacoma’s most mysterious and perhaps most influential garage rock band. After decades, original members return to the stage this weekend for a pair of shows in New York.
ERNEST A. JASMIN; The News Tribune
Published: November 2nd, 2007 01:00 AM

Forty years. That’s how long it’s been since Gerald “Jerry” Roslie left Tacoma’s most cryptic – and some wou ld argue most influential – garage rock band.

So it was understandable when the 63-year-old rocker – the sole Sonic who still lives in Tacoma – admitted to having butterflies about this weekend’s comeback gigs.

The reunited Sonics will play New York’s Cavestomp festival tonight and Sunday, with Roslie rekindling the fiery howl that powered “The Witch,” “Boss Hoss” and other oft-imitated garage classics. And during a recent phone interview, the reclusive singer sounded just a tad apprehensive.

“Oh man, you have no idea,” he said, chuckling heartily. “You know, it’s been a long time, and you just don’t know how people are gonna take it. Maybe after we do the first few songs some of the butterflies will leave.”

Roslie will be joined at Brooklyn’s Warsaw music venue by guitarist Larry Parypa, sax player Rob Lind and possibly drummer Bob Bennett from his band’s original lineup. Northwest journeymen Ricky Lynn Johnson and Don Wilhelm will play drums and bass, respectively. But original bassist Andy Parypa – a teacher who lives in Seattle – will not participate because of carpal tunnel problems, according to brother Larry.

This weekend’s shows will be the first Sonics performances since a benefit concert that band members say they played at Seattle’s Paramount Theatre in the early ’70s. The band will commemorate the occasion with a live album and DVD, the latter an especially big deal since it’s unclear whether any Sonics concert footage exists.

“Well, I’m not dead yet,” Roslie joked about his motivation for coming out of retirement (a bit of gallows humor since the singer has had a heart transplant and fought cancer.) “There’s still a little life in the old boy. But our attitude is the same way. We just wanna … play with the same attitude, and the same volume and the same guts that we had then.”

He added, “And we’re so much better looking now.”

DELAYED SONIC BOOM

You might have heard the Sonics’ music in Land Rover commercials, or their name dropped by some A-list rocker. But the Sonics weren’t even the most popular band live band in Tacoma back in their heyday, from 1963 to 1967. That was probably the Wailers. And they didn’t have any big radio hits to speak of, since some program directors felt their songs a bit raw and abrasive for the airwaves.

“Back then very few people outside of the Northwest had even heard of the Sonics,” said Neal Skok, a Redmond-based rock ’n’ roll collector and historian who helped set up the Cavestomp shows. “But now people all over the world love the Sonics.”

Going AWOL was a great if not exactly calculated move. The band’s mystique has grown to near mythic proportions in its absence, bolstered by its acknowledged influence on bands that range from the Stooges to the Hives.

Some feel their raunchy riffs, surly mod demeanor and shocking lyrics about psychos, the devil and chugging strychnine paved the way for punk.

“They really were this kind of proto-punk rock band,” said Experience Music Project curator Jacob McMurray. “I can imagine at the time (their music) came out, parents of kids that were fans of the Sonics being scared of the Sonics.”

McMurray sees an even more blatant connection to grunge.

“You could listen to (Mudhoney’s) ‘Touch Me, I’m Sick,’ and you compare it to ‘The Witch’ and you know – wow – this could be the same band,” he said.

Still, it took years for the Sonics themselves to realize just how much influence they had.

“We just started seeing stuff a long time ago – Patti Smith and then the Sex Pistols and then Nirvana,” he said. “All these major Seattle groups that are millionaires – and we’re not – they all said that one of their primers of rock ’n’ roll was listening to the Sonics.”

Roslie said he gets a kick out of checking his royalty statements and seeing where Sonics music is being played – increasingly, places like England, Germany, France and Japan.

“The whole thing has just blown our minds,” he said. “When we quit I thought, ‘Well, that’s it, and (we’ll) go do other things.’ It is really mind blowing because it’s such a rare thing that somebody’s been out of business for 40 years. So needless to say we’re really pleased, and we realize what a lucky break that is.”

SWEET TALKING THE SONICS

So why has a reunion taken so long? Many a promoter, and even a few high-profile rockers, have tried and failed to lure the Sonics out of retirement.

“Maybe five years ago, I get a call from Steven Van Zandt,” said Parypa, recalling his chat with the Bruce Springsteen & the E Street Band and “The Sopranos” cast member.

“He called me at work, and we talked for a long time. I think he was shaving or something, because you could hear it sounded like he was in the bathroom getting ready. … He was trying to convince us that we should get out there and do stuff.”

But the Sonics remained reluctant to rush into anything and possibly tarnish their image.

“About every year (festival organizers) make a pretty sizable offer,” Parypa said. “But it was the same thing. What do we do? Get up there unpracticed? You know, Jerry and Rob, they haven’t even played anything for 40 years.”

Roslie was especially hard to convince, since he’d long ago lost his taste for the spotlight.

“I’m basically shy, you know,” the singer said. “So I kind of went off and lived amongst the trees. I never wanted to have people lookin’ at me, you know. But if I get behind a microphone and get a big Hammond organ in front of me, I have a good place to hide in case they start throwin’ stuff.”

But something clicked this year.

“I’m not sure exactly what the difference was this time,” Parypa said. “I know we had a long time to prepare for it. I know that was the key.”

But while it’s all well and good to play the Big Apple, what about their hometown?

“If we come back with our tails between our legs, I’m not goin’ out of my house,” Parypa joked. “But if it goes as good as I hope that it does ... I would like to (play locally) if there’s a venue that we agree to. We want to do it in a prominent (place). We don’t want to play some local tavern or anything.”

Ernest A. Jasmin: ernest.jasmin@thenewstribune.com

Where are they now?

Singer Jerry Roslie is the only Sonics member still living in Tacoma. And here’s what he says his departed band mates have been up to:

Rob Lind (sax) is an airline pilot and lives in North Carolina. “He’s been doing that for a long time – pretty much since the band days.”

Andy Parypa (bass) teaches and lives in Seattle.

Larry Parypa (guitar) lives in Bellevue and works for Safeco.

Bob Bennett (drums) sells cars and lives in Hawaii. “He’s been there for about 35 years.”

novembro 23, 2007

Solidão e dor

Solidão e dor
Serei sólido
Rigor Mortis
Rigor Mortis

Fibra moral
É com All Bran
Não é pouca bosta
Não é pouca bosta

Centro do universo
Não é o caso, certo.
Olho meu umbigo
Dói mas tudo bem

Não há benção maior
Perder a ilusão
Desgarrado eu vôo livre

Dor e solidão

Serei sólido
Serei sólido
Não é pouca bosta

Serei sólido
Serei sólido
Serei sólido
Serei sólido

março 28, 2007

se eu beijar
a lona
sete vezes
vou morder
o chão
de tesão
vou agradecer
de só ter sombra
embaixo do meu paletó
de madeira é
a pancada
que derruba
mas não mata
não vou pedir
água
vou levantar
de raiva oito
não finjo
que não é comigo
o gosto de ferro
no sangue
da boca
me lembra:
persiste,
em riste

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novembro 06, 2006

NOJO E REVOLTA

No dia 15 de setembro passado eu perdi um amigo muito próximo e querido. A boca pequena, dizem que há um pitboy entre os suspeitos da investigação - que não vai pra lugar nenhum, pq meu amigo não era filho de gente importante.

Ontem, minha mulher me contou a história abaixo. Eu não consegui sequer fazer um comentário e, infelizmente, meu coração foi tomado por ódio. Vejam que história asquerosa:

Lutador de jiu-jitsu é acusado de agredir vítima de acidente

Segundo testemunhas, ele ainda espancou motorista que parou para prestar socorro

Uma das vítimas passou por cirurgia para retirar um coágulo do cérebro; acusado chegou a ser detido, mas foi liberado em seguida

PAULO SAMPAIO
ENVIADO ESPECIAL A SOROCABA (SP)

Um lutador de jiu-jítsu de 29 anos é acusado de ter provocado um acidente após uma ultrapassagem proibida e de ter agredido a vítima, mesmo presa nas ferragens, em uma rodovia no interior de São Paulo. O acusado Mario Sérgio de Lago Ramos Neto, segundo testemunhas, não parou por aí. Atacou com socos e pontapés Fernando Rodrigues Monteleoni de Moraes, 27, que tentava prestar socorro às vítimas. Moraes teve de passar por cirurgia para retirar um coágulo do cérebro.
Mário Sérgio, o Netão, como é conhecido em sua cidade, Piedade (94 km de SP), responderá a inquérito policial pelas agressões. Ele chegou a ser levado algemado por policiais à delegacia, mas foi liberado. A Folha não conseguiu localizá-lo.
Ao volante de uma picape Mitsubishi L 200, Netão colidiu de frente, no sábado, com o Omega 1996 dirigido pelo gerente de vendas Manuel Soares da Silva, 41, ao fazer uma ultrapassagem em local proibido na rodovia Raimundo Antunes Soares, que liga Piedade a Sorocaba. Soares conta que tentou desviar, mas já era tarde. Com a colisão, ficou preso nas ferragens do carro e recebeu socorro do comprador Moraes, que passava por ali na hora.
"[Moraes] Foi um anjo que veio me ajudar e o rapaz quase o matou. Nem os guardas rodoviários conseguiram contê-lo, estava fora de si. Ficava repetindo: "Vocês não sabem com quem estão falando"."
Os socos e pontapés aplicados por Netão em Moraes resultaram em sangramento no ouvido, lesões no olho e coágulos no cérebro.
Internado na UTI no hospital da Unimed em São Roque, Moraes é casado há menos de um ano, e sua mulher está grávida de dois meses. A advogada Márcia Regina de Moraes, irmã do jovem, afirma que ele teria morrido se não tivesse sido socorrido a tempo. Ela diz que não tem medo de represálias. "Imagina, nós não vamos ficar quietos, não! Ele vai ter que matar a família inteira, que é grande. Somos sete irmãos."
Em Piedade, Netão é conhecido como um "pitboy criador de casos". Sobrinho do vice-prefeito Marlis do Lago e primo da vereadora Cristina do Lago, foi detido por porte ilegal de arma, em 1997, e, neste ano, por agredir um lavrador, que perdeu o movimento da mão.
De acordo com Soares -o motorista do Omega, que teve perda total-, Netão desceu do carro fora de si. Ontem, ele ainda estava com hematomas ao redor do olho, andava com dificuldade e reclamava de dores na costela. Segundo ele, outros carros ainda pararam para ver o acidente, mas, "quando viam as ameaças", sumiam. "Ele é o tipo pitboy, tem mais de 1,80 m. É muito forte e usa aquelas camisetinhas justas", diz.
Na delegacia de Piedade, a informação de funcionários era que, quando todos chegaram, Moraes estava tão machucado que ninguém percebeu que ele era vitima de espancamento, e não do acidente. Um escrivão diz ainda que Netão deverá responder pelos crimes de lesão corporal culposa (ocasionada pelo acidente) e lesão corporal dolosa (pelo espancamento).
Essa matéria foi publicada na Folha de S. Paulo.

Veja outras matérias sobre o caso.

novembro 01, 2006

Tucanário de geladeira

Comprei a Piauí... Uma revista pra elite cultural conservadora brasileira bancar o arrojado. Em resumo, um espelho pra narciso, curriola de alto (e auto) nível, virtuose sem alma. A capa do Angeli me enganou direitinho. Só depois vi a piadinha com os meia-oitos, a boininha no pinguim de geladeira. Ainda que os meia-oitos mereçam piada até mais cruel, ainda acho que ali devia estar um tucano de geladeira. E acho que "já éah".

Mas boa mesmo é a paulada fornecida pelo brilhante gente boa Löis Lancaster em crítica sobre a revista publicada no site Rock Press.

outubro 11, 2006

haikai

Rio florido e inda frio
Caudaloso, nunca o mesmo
Tampouco eu

outubro 06, 2006

Eu rrrrecomendo: artigo sobre a merda da impresa musical brasuca

Onde está a nossa imprensa musical?

por Valdir Antonelli


Fazendo um estudo para uma monografia de pós-graduação, na qual analisei as edições on-line dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, além da revista Veja, procurando entender como estes jornais trabalham com a música independente, acabei ´descobrindo´ que nossa imprensa musical não está muito interessada no pop/rock feito por aqui, mas sim em ´encontrar´ novos artistas internacionais, de preferência ligados ao indie rock, e hypa-los (verbo que não existe, eu sei). Pra muita gente isso talvez não seja novidade, afinal basta ser assinante de um destes jornais pra sacar a postura de seus cadernos culturais, por outro lado, para as bandas, fica a pergunta, vale a pena enviar seu material para estas redações? Leia o artigo completo

outubro 03, 2006

Vida inteligente no orkut

Sim, é verdade. E numa comunidade de listas Top 5! Confira as boas opiniões da galera sobre os Piores da eleição.

Idiocracia à brasileira

Admito que estou com vergonha da lambança eleitoral de São Paulo. Maluf, Clodovil, Enéas, Waldemar Costa Neto - que é meliante famoso e liderança da escória política da minha empobrecida cidade natal Mogi das Cruzes...

E admito, com muita vergonha também, que vou votar no Lula. Prefiro que haja mais 4 anos de ex-esquerda, que 4 anos de direita ultra-conservadora com pele de cordeiro privatizando (=vendendo por um precinho módico) tudo, até o nosso DNA.

Mas, na prática, são a mesma tralha. O compromisso é com um projeto de poder, não com um projeto de desenvolvimento do nosso país e suas respectivas regiões.

A diferença maior, talvez, é que tucanos são mais perigosos porque arrombam o erário com mais discrição e porque tem ao lado deles a mídia corporativa.

Na prática são facções rivais de uma mesma máfia. Triste. Mas não podemos nos esquecer disso. E não devemos nos ufanar do PT e seus médotos. Nem crer no seu messianismo.

Não vou votar no Lula e seus ladrões de galinha. Vou votar contra o PSDB e seus métodos, mais ardilosos, hábeis, discretos, caros e perigosos, que vendem estadismo, mas de fato entregam o país ao julgo do grande capital privado em detrimento do interesse público.

Emir Sader em seu artigo "O Que Está em Jogo" elenca algumas das piores características que me motivam a votar contra os tucanos. Vale dizer que nesse artigo ele perde a oportunidade de também criticar duramente o PT por seus pecados.

Vale lembrar também que o povo brasileiro está exercendo sim seu direito de votar, mesmo que seja em canalhas. O que falta é preparar o povo para entender que, tão importante quanto comida e saúde, é a liberdade de participar e decidir sobre os rumos de suas comunidades locais ou seu país. Esse é o único jeito de transformarmos a história desse país.

E a luta por isso nunca foi tão imprescidível, nesses tempos de degenerecência da moral humana, tão bicudos, sombrios e violentos, com a vida dos indivíduos e grupos sociais tão manipulada pelo valor do consumo.

Chega de esperar que isso parta das mãos dos reis eleitos. Só ação direta vai transformar o Brasil e cada um - eu, você - é responsável por isso.


Bem, aproveito a deixa para convidá-los a ler outras duas matérias. Uma que tem mais de um ano e alguns de vocês já leram na época de sua publicação na Caros Amigos. Trata-se de um lobbista-assessor de imprensa poderoso em Brasília. Ele revela os artifícios de manipulação da pauta da mídia corporativa conforme os pequenos interesses do grande capital.

E fala da diferença que separa petistas de tucanos.

Como se constroem as notícias
http://www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=146&topico=M%EDdia#topo

A outra na verdade é um brilhante artigo do professor Vladimir Safatle sobre o perfil da esquerda no poder e, no nosso primeiro caso brasileiro, sobre a sua incompetência em diversos gêneros e graus.

A oportunidade perdida
Por Vladimir Safatle
A esquerda jogou fora a chance de refletir sobre sua pauta durante a campanha para as eleições de 2006.

http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/2785,1.shl

setembro 26, 2006

Cera Quente da Hora!!!

Hey, hey, hey, hey,

Às vezes os amigos perguntam, então aí vai uma lista de bandas e discos que eu ando ouvindo e acho imperdíveis:

+ The Ghetto Ways
+ zZz
+ Prototypes
+ Lost Sounds
+ Final Solutions
+ Reatards
+ The Gospel Swingers
+ Gang of Four - return the gift
+ Sahara Hotnights
+ Los Coronas
+ Eagles of Death Metal
+ Fe Fi Fo Fums
+ The Black Keys - magic potion
+ Kevin O'Donnell's Quality Six
+ Mooney Suzuki (em breve com disco novo na praça)
+ Dead Brothers (que deve tocar em novembro em São Paulo)

setembro 11, 2006

samba da mediocridade

qual é o samba? qual é o samba? qual é o samba? qual é o samba?
que a gente não vai sambar medíocre

qual é o seu? qual é o seu? qual é o seu? qual é o seu?
tá foda responder

eu to me sentindo mal também
tá todo mundo com pressa
sem saber pra onde ir

cada vez que quero trava tudo
cada vez que penso trava tudo
cada vez que falo trava tudo

cada vez que ajo
não me sinto por baixo
mas sigo desnecessário

agosto 17, 2006

ich bring dir's

bebo à vida
saborosa e ácida
vermelha e azul
arrancada da cepa
cada alma rara
macerada, levedada
vertida em carcaças baratas
vitrefêmeras
bebo a vida como um vinho caro
num copo de requeijão

Por Vini Gorgulho
escrito ontem à noite, no escuro do cinema, numa sessão de 2046, e concluído agora, no trabalho, pra não enlouquecer com essa farsa kafkiana.

junho 15, 2006

? Permitido Permitir

? Permitido Permitir

Terrorismo Poético em Sampa. Essa civilização precisa mesmo duns tapas na cara e uns chutes da bunda. :-)

maio 09, 2006

Emo.. cionalmente alienados

No final dos 80 e comecinho dos anos 90, a onda do hardcore melódico, capitaneada pelo Bad Religion, mostrava a música punk mais uma vez se revigorando, se contemporizando. Ainda estava tudo no underground. Foi legal. Foi foda a primeira vez que ouvi Bad Religion, o Against The Grain era uma maravilha, a diatribe de Greg Grafin era (e ainda é) poderosa, ainda por vezes séria demais.
Mas a coisa vinha de antes, desde o Husker Du e Ian Mackaye, que chegaram com uma demão mais engajada, artística pra coisa toda, misturando a ira punk com cacos musicais pop, meio que cagando um bocado pros rótulos e norminhas sufocadoras do gênero. Enfim então apareceu gente explorando, experimentando ainda mais harmonias e melodias novas para o gênero.
Mas em meados dos 90 houve uma explosão de hc melódico. E aparentada dessa onda, vieram bandas fodas como Sunny Day Real State, Get Up Kids, Promisse Ring e bela Jets To Brazil. A gente já chamava essa parada toda de Emo.
Paralelamente, tínhamos Rancid, Bad Religion, Offspring e Green Day fazendo, de repente, sucesso.
Eis que isso tudo passou, mas os caras da minha idade continuaram na batalha do faça-você-mesmo. E eis que nossa geração criou um monstro. Um monstrinho fofo de supermercado cheirando a danoninho sem lactose...
Os anos 2000 chegaram e o Emo que era isso virou isso. Pra mim, esse papo de Emo se resume à seguinte história em bolinhas:
  • O punk foi engolido pela indústria ainda bebê, engatinhando (eu lembro bem da minha tia madame usando calças rasgadas no final dos anos 80)... Mas, sobrevive bem até hoje, no submundo, onde tem raízes tão fortes que chegaram mesmo a mudar o mundo. A parte do relacionamento humano da internet carrega uma incontestável herança disso, só pra dar um exemplo;
  • Uma das consequências dos processos do recrudescimento da liberalização da economia global nos anos 90, foi o começo do fim do jornalismo. E com ele, os últimos resquícios de crítica e jornalismo cultural não elitista ou não consumista;
  • O que alardearam ser a Era da Informação, tornou-se a Era do Conformismo Consumista;
  • Durante e depois do grunge, durante quase uma década, o Brasil foi saqueado por esquemas predatórios das gravadoras empurrando sertanojo e axé music de quinta. A música eletrônica saia do submundo e esmagava o que via pela frente no mainstream, o que eu achei muito bom, tanto que a música pop hoje é até melhor que o suposto rock (às vezes eu acho MIA anos luz melhor que Strokes).
  • Como eu disse antes, uma legião de caras da minha idade (hoje com cerca de 30 anos) continuou apostando na batalha do faça-você-mesmo. Por outro lado, também continuaram insistindo em tocar um hardcore cansativa e repetidamente melódico. Eram "punks" já muito ligados às palavras de ordem fáceis de decorar ou, então, vindos da classe média, nem um pouco preocupados em reclamar ou se opôr ao sistema. A galera também começava a amadurecer, ter de arrumar emprego, pagar aluguel, comprar carro, tv à cabo, essas coisas de gente grande...
  • Tinha um lado legal, mas também revelou um lado bem alienante o tal do "be positive"... Meio que o Punk deu um tiro no próprio pé. Um monte de moleque que não se identificava com o que ouvia nas rádios, ia ouvir os discos de harcore melódico do irmão ou amigo mais velho. Só que, a essa altura, já tínhamos nas mãos música tão alienada, que até os straight edge, tornaram-se um antro de pittboys fãs de metal;
  • A música já não tinha mais nada a ver. Nos anos 60 e 70, os hippies e os punks tentaram "ser" ou "não ser" e só se foderam, portanto, não carregavam valores que ajudariam os filhos mimados da classe média a comprar todas as bobagens que os seguros e socialmente higiênicos (leia-se, sem pobres) shopping centers oferecem. As ruas são muito violentas, não é mesmo, e para se locupletar, o barato é comprar, ter, parecer, causar efeito. Aliás a gíria "causar" me parece familiar nesse contexto...
  • Mas, na terra do quanto vale ou é por quilo, quem não tem visão crítica pode brincar de engajado fazendo uso do aerosol anti-crise aroma bebê, mais conhecido como "politicamente correto". Não precisa olhar para o problema, não precisa agir. Basta dizer que é tolerante.
  • Por outro lado, a moda corporativa espertamente foi buscar no visual todo cheio de significado dos jovens dos anos 70, 80 e 90, um jeito "cuul" e "féchiom" de uniformizar as crianças de agora, com suas munhequeiras e demais coisinhas.
  • Os pais alienados, ou mimaram seus filhos comprando tudo o que pediam ou, no melhor estilo Hommer Simpson, trocaram a estressante tarefa de dar atenção a seus filhos pelo o morno e embalante entorpecimento proporcionado pela televisão.
  • E foi assim que o punk rock foi parar no supermercado...
E, antes que eu me esqueça... No Brasil, filho de rico é "teen". Filho de pobre é "menor".

maio 03, 2006

"Quem sou eu",
me pergunta o formulário...

Não sei, tô trocando de pele
e de tripas,
contemplando o caos do coreto,
me resgatando da ilha,
expurgando o supérfluo,
matando vampiros,
queimando velhos mitos

Só quero saber
De quem sabe que o amor
Prescinde de suas quatro letras frias, retóricas.

Adeus ao meu próprio umbigo
Adeus a quem teima
Que é o centro do universo.

Não tenho tempo a perder
Tem nuvens negras no horizonte
Minha fé é na persistência.

Só o que sei é que
do que eu gosto mesmo é
sorrir, rir, gargalhar:
faz bem pra saúde, sacomé...