julho 20, 2005

Para minha irmã

Mana, teu coração é puro
Mosca branca, pérola negra, padawan,

Faça um favor pra você.
Viva menos no Orkut.
Pense em como não faria sentido viver no plano telefônico.
É só um meio reles e saturado
Reúne o tempo ocioso de milhares
Interpreta um mega mural de ligeiros carinhos
Mas é puta de tudo
Um piniquinho de malvadezas rasas e solitárias

Esses pobres fantasmas telemáticos
São mortos longe da sua vida, da sua figura rica
Esses cadáveres crêem numa dita "cena" -
Maldita, no mau sentido, e sem sentido -
Que um dia serão lembrados como figuras folclóricas
Encenar em vez de viver? Pra quê?

Mas, enfim, já são mortos, miasminhas espirituais
Que se acham zombeteiros e espirituosos
Que as viúvas continuem a velar seus Finados
Até que elas próprias deixem de ser sequer uma vaga lembrança
Já que o que o mundo lhes reserva é a tal parte merecida desse latifúndio:
Sete belos palminhos de terra.

Todo mundo virar comida de formiga
Não tem porque passar a vida sob esses palmos
Muita coisa boa pra fazer...

Eles acham que fazem coisas importantes
Pois importante é fazer da própria vida uma obra de arte
Ter beleza, bom auspício, tranformar

Esse é o verdadeiro ultimo biz da caixinha
O resto é papel alumínio que brilha vistoso,
Amassado e pronto pra ir pro lixo.

Ria muito e faça da vida chocolate, babe.

julho 06, 2005

Eu publiquei isso no livro de recados de um camarada, faz um tempo:

O tempo é uma imprecisão que nós inventamos para contar o que acontece quando vamos de um ponto a outro.
O tempo é o inferno dos DDAs.
O tempo é um tipo de Titã mitológico pai e regente dos curativos, band-aids, mertiolates, esparadrapos etc.
Já o relógio é uma porcaria que inventaram pra fazer aquele "bando de índio vagabundo" meter gravata no pescoço num calor de 40 graus, bater cartão às 8h e às 18h e saber se já tá na hora do jogo ou da novela.
Mas, isso certamente não vem ao caso.
Passei meses engolindo a vida
E a vida virara um sapo
Depois de um final de semana emblemático -
em que dancei como um macaco
e agi como um caramujo -
Pulei de novo no abismo da liberdade.
Dessa vez, não há rede lá embaixo.
Dessa vez, o peso que levo é maior.
A bagagem é maior.
A dor é verdadeira.
Dessa vez, não é regra três,
E eu estou na linha de impedimento.
Mais uma vez, visto da arquibancada, eu sou o vilão.
Dessa vez custa os olhos da cara.
Dessa vez o soluço faz eco.
Não fujo para um grande amor
Fujo de
Tudo está longe
Eu ainda não liguei pra ninguém pra pedir socorro.
Eu não era assim caramujo...
E não sou
Não tenho mais vergonha nenhuma
Agora eu pago por meus próprios atos e de mais ninguém.
Quero ver meus amigos
Quero ir embora
Dei o primeiro passo
De volta à vida

O que tiver de ser será.

julho 04, 2005

Heart & Soul Multimixer Hi-Kai

A cabeça roda na segunda inteira
E o coração no limbo
Quero mergulhar na terça-feira
Mas é tarde: já não sei mais o que sinto