junho 26, 2005

Tributo aos Ramones




A festa Tributo aos Ramones foi a última desculpa pra reunir o pessoal pra tocar, beber e ouvir um bom rock'n'roll barulhento. O Pilão na discotecagem acertou na mosca ao rolar A-lines, banda fodona da ex-Headcoatee Kira LaRubia.

A melhor definição da festa ficou por conta da minha amiga Andrea Polimeno:

"Um último comentário sobre a balada: achei fantástico o abismo que existe entre os trintões que montam o astral todo cult de uma balada ramones no estilo 'i dont wanna grow up' e os pivetes se matando ao estilo 'i wanna be sedated'"

junho 22, 2005

A IMPRENSA E O PSDB JUNTOS POR UM GOLPE BRANCO

"A grande imprensa levou Getúlio ao suicídio com base em nada; quase impediu Juscelino de tomar posse, com base em nada; levou Jânio à renúncia, aproveitando-se da maluquice dele, com base em nada; a tentativa de impedir a posse de Goulart com base em nada. A grande imprensa em países em desenvolvimento é a grande porca das instituições, a grande emporcalhada".


O cientista político Wanderley Guilherme dos Santos está na CartaCapital dessa semana fazendo uma pertinaz análise da atual conjuntura do país. Referência bibliográfica, no calor das lutas políticas do início dos anos 60, Santos escreveu Quem Vai Dar o Golpe no Brasil, que prenunciou a derrubada do presidente Goulart em 1964. Ele farejou o golpe militar.

Agora, diante da atual crise política envolvendo o PT e Roberto Jefferson, o prognóstico de Santos é que a "grande porca do país", a imprensa corporativa, é responsável por empurrar quem quer que seja para o abismo irresponsável aberto por Jefferson. E, é claro, com isso promove o projeto de poder do PSDB. Os precedentes históricos envolvendo a imprensa e as oligarquias são vários e lembrados por ele.

Ainda que as denúncias de Jefferson se esvaziem completamente por falta de consistência e provas, uma coisa essa bagunça deixou evidente: graças ao seu projeto de poder o PT teve sucesso em chegar ao governo. Mas esse projeto de poder tornou-se mais importante que um projeto de país. Há muita gente disposta a fazer esse projeto em conjunto com o governo, mas há burocratas e ratos demais em torno de Lula.

Santos afirma também que a imprensa está preocupada com o fato dos índices de aprovação do presidente ficarem sem grandes alterações após a crise. Será mesmo que isso é um indicador de que a nossa democracia está amadurecendo?

Leia aqui a entrevista na íntegra.

Bem, ainda assim, o que mais me incomoda é que o PT, com todos os seus defeitos antigos e atuais - esses que me causam repulsa de um partido e projeto de poder que um dia apoiei - é, infelizmente, o que nos temos de melhor em política partidária no quesito participação popular nas gestões. Podia ser ainda mais aberto à participação popular.

Meu medo é ter o PSDB de volta ao trono, com seu projeto político em que o primeiro-ministro do país é o dinheiro do grande capital privado.

Estamos ou não fodidos?

junho 17, 2005

FIREBUG faz show com participação de MANU CHAO

Inesperado e fudido!
Compareçam...tem tudo pra ser HISTÓRICO!

O que: Tiken Jah Fakoly, Manu Chao, Firebug & Convidados
Quando: domingo, 19 de junho, às 15h
Onde: SESC Interlagos | av. Manuel Alves Soares, 1100 - tel.: 11 5662 9500

Winton Marsalis toca de graça no Ibirapuera neste domingo!!!

O show começa às 12 horas. Vale muito a pena! Saiba mais sobre o cara aqui.

"Quanto Vale ou é Por Quilo?"

"Quanto Vale ou é Por Quilo?" é fist fucking na ferida. Sergio Bianchi dá a porrada que os samaritanos precisavam pra acordar. Mas acho que muita gente vai ficar com medo de ir ao cinema pra assistir. Principalmente gente que trabalha em projetos sociais ou com responsabilidade social empresarial, e não tem peito pra suportar crítica sob a desculpa de que a "solidariedade" - termo repetido à exaustão no filme pra frisar o que já está a tempos banalizado fora da salas de cinemas, nos jornais, nas ruas, na boca dos "solidários" - está acima de crítica.

Porque há um Terceiro Setor rico e um pobre. Um que brilha e outro que rala. Uns que mantém a "ordem e o progresso" e outros terminantemente envolvidos com uma transformação da sociedade pra melhor. Um que beija a mão da oligarquia pra continuar existindo. Outro que dá as mãos pra comunidade e pra outras organizações para que o avanço social seja uma construção coletiva e legítima.

Eu cansei de ver ONGs geridas por madames ou neo-hippies de classe média alta bem intencionados. Se a mudança não parte da base, então estamos apenas dando uma nova roupagem à oligarquia.

E há um problema muito maior. O capitalismo e, nos últimos 20 anos, o neo-liberalismo acabaram com a gente. Não temos nada dos serviços básicos que o poder público deveria proporcionar como retorno da montueira de impostos que pagamos. Mas temos um sistema afinadíssimo de comércio.

Enfim, pra ser cidadão tem que suar sangue. Pra ser consumidor é facinho: somos bombardeados 24 horas por dia, 7 dias por semana, 12 meses ao anos, segundo a segundo, com "convites" ao consumo. E somos jogados numa armadilha que te destrói te fazendo crer que você só é alguém se consome. Senão, é nada. Vide a gente que mora nas ruas. São fantasmas assombrosos. Mas, para não olhar pra eles, basta olhar para o colorido outdoor logo acima dizendo "Amo Muito Tudo Isso".

A periferia tem de engolir o centro. Mastigá-lo bem, pra não fazer mal e digerir, absorver sua energia boa e cagar seus piores vícios.

E acredito que os tempos são outros. A coisa tá mudando. O sangue chegou nos olhos. O povo está cansado. E a América Latina já está numa nova onda de convulsão. Até quando nós o povo e o "PT no pudê" vai segurará-la nas nossas fronteiras?

Quero ver o circo pegar fogo!!!

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Foda foi sair do cinema e imediatamente me deparar com a lógica do capitão-do-mato ou do feitor. Gente da mesma classe social pisando no pescoço do outro pra poder ir um degrau acima. Uma galera fazendo manutenção da rede de efluentes (leia-se bueiros e esgotos) cortavam a machadadas um duto estranho, que não era oco e chamava a atenção pelo aspecto. Um catador de papelão e seu cachorro param pra ver o trabalho, atrapalhando o trânsito da Augusta. Os caras do serviço do duto começam a ralhar com o rapaz por conta disso. Demos passagem pro catador sair xingando as mães e os cornos de todos ali. E ele estava certo. Porque bastava pedir com educação. Mas uns tinham o uniforme da "firma" e o outro, todo mulambo, trabalhava como besta de carga.

O inferno foi longo e frio...

Mas eu vortei. Com mais sanguenozóio ainda.