junho 26, 2003

ANOS INCRÍVEIS, 10 ANOS DEPOIS




Bem, o negócio é que faz 10 anos que chegou ao fim a bela série de TV Anos Incríveis (The Wonder Years). Naquela época eu tinha uns 19 anos, tava terminando o colegial, depois de repetências e uma expulsão (que hoje vejo que acabou mudando o rumo da minha vida), mas, apesar de tudo, também foram meu anos incríveis. Quando tudo estava calmo e eu não estava metido em encrencas, lá pelas cinco ou seis da tarde, voltava da vadiagem, encontrava meu irmão (então com uns 15), fazia uma pipoca com alho na panela (!!), ligava a TV e o video para uma atividade religiosa pra mim, meu irmão e os principais amigos: assistir e gravar as desventuras de Kevin Arnold.

Foi uma das melhores coisas que a TV estadunidense já produziu. Tinha uma inocência juvenil contagiante, era inteligente, crítica, engraçada (o texto em off era ótimo e a dublagem brasileira idem), tinha uma PUTA trilha sonora - o tema da série era With a Little Help From My Friends com o Joe Cocker e o inesquecível primeiro episódio começava com Turn, Turn, Turn dos Byrds... era muito foda, meu - e frequentemente fazia a gente chorar (é, um bando de moleque punque chorando vendo novela, hahaha). Enfim, falava sobre os sentimentos de um tipo de adolescente com o qual eu me identificava pracaralho. Ah, e não mostrava os adolescentes como um bando de retardados, como é comum de se ver hoje.

Pois bem... navegando a esmo e procurando coisas que não tinham nada a ver com isso, acabei achando umas coisas interessantes sobre a série. Um webzine gaúcho bacana, o Casulo, publicou uma excelente matéria sobre a série, contando, inclusive, o paradeiro atual do elenco.

Sempre que via por aí menções à série, aquele papo de que o Josh Saviano (Paul Pfeiffer) tinha virado o Marilyn Mason ou aquela cara de anjo do Fred Savage (Kevin Arnold), eu pensava:

Com que cara esse povo está agora?

Eis que o blog The Norman Banks Show matou parcialmente minha curiosidade. Como ele já tinha chupado um site de fã sem sequer dar o crédito, resolvi imitá-lo, mas, é claro, citando a fonte e de quebra oferecendo algumas fotos e informações diferentes.

Dá um bico na cara do povo:

A vida não foi muito bacana com Fred Savage, que só descolou papel merda pra fazer depois da série. O último foi uma ponta do Austin Powers em O Homem do Membro de Ouro. Bem, fora do Wonder Years ele sempre foi um bocado canastrão mesmo... Mas nem tudo está perdido: ele e Danica McKellar, a Wennie, ainda são grandes amigos.

Kevin Arnold, rugas e um projeto de careca


Nada de Marilyn Manson... Depois de se formar em Ciências Políticas na conceituada Universidade de Yale e após estudar Direito, ao que tudo indica, Josh Saviano (Paul), deve estar trabalhando como advogado atualmente, pelo que pude encontrar...

Paul Pfeiffer, teve um destino melhor


Sua personagem Winnie parecia uma garota bobinha na série. Na vida real, entretanto, Danica McKellar parece ser uma garota bem esperta: se formou em Matemática na UCLA em 98, mas continuou no Cinema atuando e hoje é diretora de filmes independentes (se são de boa qualidade eu não tenho a mínima idéia).

Winnie, mais bonita 10 anos depois


A atriz britânica Olivia d'Abo fazia Karen Arnold, a irmã mais velha, hippie e contestadora de Kevin. Continua na ativa, depois de há alguns anos ter namorado e feito backing vocals num disco do meia boca Julian Lennon. O último trabalho dela foi a dublagem do personagem Rux, a garota da animação O Robô Sensivel, em Animatrix.

Karen, continua linda e intepretando rebeldes...


Como todo irmão caçula Kevin tinha um diabinho pessoal que o infernizava: Wayne, seu irmão do meio. Esse personagem era vivido por Jason Hervey. Não mudou quase nada, tem a mesma cara de estúpido e recentemente foi demitido do cargo de braço direito do dono de uma empresa do Alabama que na internet só aparece em matérias sobre fraude e problemas judiciais. Deus castiga?

Diz a lenda um cara que odiava Wayne uma vez enfiou um murro na fuça de Hervey...


Jack Arnold, o pai de Kevin, foi encarnado pelo ator Dan Lauria. Se não me engano, Jack havia lutado na guerra da Corea e era meio conservador com relação à postura de seus filhos anti-guerra do Vietnã. A ironia é que ele, Lauria, foi combatente no Vietnã. O cara não mudou chongas, continua atuando e mantém aquela cara de gente boa. Atualmente integra o elenco do filme dirigido por Danica McKellar.




Norma era a mãe de Kevin, Wayne e Karen. Mais mãe (no sentido tradicional da palavra), impossível. Assim como Dan Lauria, a cara de Alley Mills não mudou muito e ela também tem uma história irônica sobre os anos 60 e Anos Incríveis: ela adorou fazer o seriado porque foi hippie nos sixties.

Putz, essa foi a melhor foto não produzida que eu consegui. Mas ela está bem, né?


Bem, gastei esse tempo todo com esse papo porque o seriado Anos Incríveis, junto com o filme Vidas Sem Rumo (The Outsiders), fizeram parte da galeria de honra do imaginário e da cultura pop da minha adolescência. E foram anos realmente incríveis...

Ééé... O tempo passa, o tempo voa, a poupança Bamerindus já até faliu e nós vamos dizendo bom dia às pequenas rugas - francamente e modéstia a parte, eu acho que eu tô com uma cara melhor hoje que há 10 anos. Hehe, chega de saudosismo e melação. ;-)

Bem, só mais um pouquinho vai, hehe.... Com direito a um "Antes/Depois"....

WINNIE COOPER E KEVIN ARNOLD





FRED SAVAGE E DANICA MCKELLAR


Santa Raiva

A próposito: St. Anger, o novo disco dos arquiduques do anti-compartilhamento de música na web e do ódio aos próprios fãs, o Metallica, é mesmo muito bom, de fato um dos melhores e mais agressivos que os caras já fizeram. O tino comercial dos caras falou mais alto, afinal agora dá grana e sucesso ser sujo e agressivo, pois a grande massa agora é ligeiramente outra. Então basta eles copiarem o começo da própria carreira e meterem o carbono nas melhores bandas de Stoner Rock e bingo: você tem St. Anger.

O maior problema mesmo é que os caras continuam sendo uma banda de cuzões, um republicanos escrotos.

ROUBE MÚSICA PELA INTERNET

Mais um movimento patético da RIAA (Associação da Indústria Fonográfica Americana). Nunca é demais lembrar que, enquanto eles caçam as bruxas, quem compra música nas lojas deles é descaradamente roubado por eles.

Gravadoras anunciam que vão caçar 'piratas' da internet

junho 16, 2003

ROUBE MÚSICA PELA INTERNET!!!

E apóie os artistas independentes!!!!!

Bem, de vez em quando, pra não ficar tão mal no filme, a Folha dá uma dentro. Essa matéria no link abaixo é uma aula sobre a infame, desonesta e mediocre prática do Jabaculê, aquela propina que as gravadoras pagam às rádios pra empurrar música para seus ouvidos-penicos. Dê uma lida, vale muito a pena, é uma entrevista com o Midani, ex-homem forte de gravadora.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u33266.shtml

junho 13, 2003

ROUBE MÚSICA PELA INTERNET!!!
E apóie os artistas independentes!!!!!

Estava lá no site Submarino zanzando quando lembrei de checar se o Samba Esquema Novo do Ben estava lá com um preço bom. O ímpeto era comprar o bendito, enfim ter em CD essa obra prima. Mas o final da história seria "trágico" se não fosse cômico. O disquinho tava custando 34 pilas!!!!!!!! Isso mesmo 34 reais, um CD nacional. Como não havia a tecla "Foda-se" comprei um Tom Waits por um preço bacana e a caixa de singles do Belle & Sebastian por justos R$ 16.
Porra meu, eu tenho o original do Samba Esquema Novo em vinil de 1963, herança paterna, e tenho este e vários outros Bens em MP3 no HD ou já queimados. Pra quê que eu vou me deixar ser assaltado desse jeito?! Pra quê?!!!!

Vão a merda seus ladrões coramingas!!! Enquanto não cobrarem preços decentes, vão continuar se fodendo (e choramingando). E a grande imprensa dando AQUELE espaço de sempre:

Faturamento com CDs diminui 42,5% em SP

junho 03, 2003

"Life´s very short and there´s no time for fussing and fighting, my friend...". Essa é a deixa do dia de ontem, que não foi ouvida. Mas, ainda assim, são bons Dois Minutos e Quinze Segundos de Sabedoria Lennon-McCartneyana.

Por estar demasiadamente sucetível, hoje pesarosamente estou a cantar a Waitsiana "Yesterday Is Here", dos Anos Selvagens de Frank.
Responsabilidade Social para Imbecis!

As pessoas quando se tornam objeto, objeto alvo de estratégias de marketing, são umas coisas tristes. Há quem coma no McDonald's e diga que o boicote é policiamento de radicais, que "Foda-se! Quero tomar uma coca e ingerir um big mac". Mas, no final das contas o verdade aparece e todo mundo continua, mesmo assim, insistindo que o Ronald é um cara legal. Legal o caralho!

Que a comida é um lixo, todos sabem, mesmo que continuem comendo. Já era de conhecimento público que o core business do McDonald's havia mudado, na última década, de hamburguer para imóveis (ele ganham horrores sublocando prédios para franqueados a preços extorsivos).

Agora a nova, um belo escândalo que terá cobertura morna de outros veículos que não sejam a IstoÉ Dinheiro, dona da história: o McDonald's sonega planejadamente ICMS. O Ministério Público calcula que podem ter sonegado até R$ 100 milhões em ICMS.

Mais um caso de falsa responsabilidade social. Há esqueletos nos armários e fantasmas nos porões. A empresa é criminosa embaixo dos panos. Para o mundo exterior, tem um projetinho assistencial, o Mc Dia Feliz, com mais evidência em mídia que resultado efetivo, algo que serve mesmo é para deixá-los "bem no no filme", vender mais hambúrger e, por consequência, abrir mais lojas e faturar mais extorquindo franqueados...

E o pior, é só mais um caso entre um universo imenso de empresas que sonegam, pretendem controlar funcionários e seus clientes como se fossem bonecos, possuem modelos de negócio arcáicos, mas posam de modernas e socialmente responsáveis. Já está na hora do terceiro setor criar um órgão de avaliação ética decentes. Esse monte de prêmios e selos que existem por aí, mesmo os mais famosos, fazem vista grossa quando o "cliente" é peixe grande. "Por favor, me vê uma coca e um selo de empresa socialmente responsável". A solução é partir pro ativismo, trabalhar direto com a galera, com o povo, na perifa de preferência.

Para de ser enganado. Boicote o McDonalds.