agosto 29, 2003

THE SHAGGS SALVARIAM O PLANETA?



Qual seria o destino da espécie humana se apresentássemos The Shaggs para uma horda de alienígenas invasores sedentos por sangue humano e pela destruição da Terra? Não sei a resposta, mas gostaria de conhecer a sua, hehe. Só sei que a banda é uma das primeiras coisas Do-It-Yourself fo rock, foi adorada pelo maluco do Zappa e é uma das coisas mais porcas e difíceis de ouvir (ou aguentar) da história do rock. Mas é hilário também, por isso vale a diversão.

Pra quem não sabe, as três minas lá nos idos finais dos anos 60 ganharam instrumentos do pai fazendeiro (ou coisa que o valha, nem importa, tem caras de típicas redneck-white trash-wasp) e o homem resolveu levar as minas pra gravar um disco no estúdio. E gravaram, apesar do engenheiro de som recomendar que elas voltassem quando sua "técnica musical" estivesse "mais madura". Para se ter uma idéia, a jornalista da Rolling Stone, Debra Rae Cohen (que citou as garotas como a banda "Retorno do Ano" no Rock and Roll Awards de 1980) disse que chamaria o disco de estréia das garotas, Philosophy Of The World, de um "um trabalho de gênio primitivo norte-americano" se ela própria não estivesse ocupada o bastante rolando no chão. Hehe, sentiu, né?

Bem, acho que qualquer um que gosta mesmo de rock tem de conhecer The Shaggs. Mas, obviamente, como eu, não precisa gostar (apesar da galera que cultua o som das minhas como os primordios do garage punk, hahaha). De fato eu nem sabia que elas um dia tiveram um comeback, mas, de qualquer forma, algumas delas estão por aí até hoje, insistindo, graças aos fãs (é sério). No site oficial (haha, é sério também) delas há uma foto atual de algumas das tiazinhas.

Bem, vá atrás, baixe e conheça. É uma música perfeita para colocar no carro para uma carona indesejada, hehe.

agosto 26, 2003

JUKEBOX, a festa

Fazia tempo que não me divertia assim. Festinha que foi festão. E descobri que é do caralho ser DJ. Muito loco despejar aquele caminhão de funk'n'soul e rock'n'roll tipo A sobre a galera e ver todo mundo fervendo. Quero mais e vai ter mais mês que vem lá em Mogi, no mesmo lugar. De novo com os DJs Pilão, Tiago e Vini. Tomara que o Tiago deságue toda a testosterona na pista na próxima mão, hehe.

agosto 25, 2003

agosto 12, 2003

X-Salada

Não sou muito de ficar navegando em blogs, mas este tem uma razão de ser e o nome diz tudo: Gourmets do X-Salada. Na larica, em dúvida? Não vacile, recorra ao profundo conhecimento desses dois jovens sobre essa tão apreciada iguaria gordurenta. Rende umas risadas também.

agosto 10, 2003

agosto 08, 2003

TROPITRALHA!

Esses caras sim, podem encher a boca pra dizer que são rock'n'roll. O resto é pose e conversa fiada...

PAU NO GATO!
A Tropitralha é a reunião de bandas amigas que possuem idéias em comum. Moramos na mesma vizinhança, em algum bairro da Zona Leste da cidade de São Paulo. Crescemos em meio a campos de futebol de várzea, skatistas, ladrões, ruas de terra, lojas de roupas usadas, malandros, bêbados, loucos, traficantes, cães sarnentos e incontáveis personagens. Gostamos da tropicália e da jovem guarda, mas também gostamos de gravações mal feitas da década de 60, de punk rock, de soul music, de rhythm and blues. Apesar das bandas terem muito em comum, cada uma tem a sua personalidade própria e marcante. Valorizamos a espontaneidade, cada experiência musical é única, seja em um estúdio ou em um palco. Gostamos de elevar o espírito, seja por substâncias naturais ou químicas, ou por músicas, visões ou leituras. Não gostamos da preguiça ou inveja. Aqui, ninguém foi criado sem ter responsabilidades ou precisar trabalhar, portanto cada ação nossa é assumida irrestritamente. Não queremos que todos gostem de nós, nem que tentem nos entender. Afinal, o underground nunca deu nada de bom a ninguém. Mas se não for ajudar, que não atrapalhe. Queremos expandir nossas idéias, músicas e pirações para além do circuito alternativo. Valorizamos o aplauso da periferia e de pessoas honestas, que mostram o devido respeito. Não precisamos fazer caras e bocas, poses afetadas ou falsas amizades para conseguir algo. Fazemos por nós mesmos. Não queremos ser a salvação do rock nem que nossas músicas sejam cantadas por todos. Queremos, sim, atingir aqueles que merecem. A Tropitralha valoriza a vivência brasileira, da periferia, portanto, canta em português. Não queremos servir de modelo para nada, seja de bom ou de ruim. Mas precisamos atender à urgência de fazermos o que fazemos, e divulgar isso. Seria impossível viver sem tocar, compor, se apresentar, criar músicas e melodias. Iremos procurar nossos próprios caminhos para a expansão, e todo apoio, sendo honesto, será bem recebido. Mas se precisarmos contar apenas com nós mesmo, temos pernas fortes e sabemos como andar.

Mais informações:
tropitralha@ig.com.br
De uma lista do Terceiro Setor (enviado pela Helô):

Olá a todos,

Gostaria de levantar algumas questões.
Onde estão os Sociologos, Antropologos e Filosofos? Não seriam estas pessoas
ideiais para trabalhar no terceiro setor? Será que o Terceiro Setor nâo é
apenas o setor privado com sua linguagem empresarial e pensamento calculador
se preocupando em praticar a devassadora filantropia? Esse simbolo da
mediocridade de espírito? Nada mais do que uma tentiva de aliviar o
sentimento de culpa ou de explorar a miséria alheia para obter méritos?
O que é de fato o Terceiro Setor no Brasil?

Adriana Leandro
VAMOS?

Taí uma festa legal na Funhouse, com a excelente banda Cachorro Grande, que rola no sábado. Vamos?


agosto 07, 2003

...FOI TARDE

Agora não é hoax. O autointitulado "jornalista" Roberto Marinho foi atravessar o rio Estige. Milionário deve ser recebido com festa na porta do Hades.

Será que ele suspirou algum tipo de "Rosebud" no momento derradeiro? Duvido. bem, não vou pôr link nenhum, nem precisa, qualquer página que você abrir hoje estará falando da morte de um dos homens que mais contribuiu com a corrupção, o aumento da miséria, o enfraquecimento das instituições democráticas, a desestruturação do Brasil diante dos demais países, que ajudou a fazer o nosso país se curvar culturalmente de joelhos diante dos EUA e aplaudir seu belicismo imperial, que colaborou com o desmanche da educação no país promovido pela ditadura militar que ele até o fim chamou de "revolução", e, enfim, que se tornou um dos maiores magnatas do país e do mundo (com um patrimônio de 1 bilhão de dólares, segundo a Forbes) graças a ter colado na jugular mais suculenta e ter lavado o cérebro do povo brasileiro.

E é triste ver esse governo Lula (quem diria!) fazer uma revisão história ao dizer que aquele homem viveu "quase um século de vida de serviços prestados à comunicação, à educação e ao futuro do Brasil". E ainda por cima decretou três dias de luto. Político é mesmo uma merda.

RM sempre de braço dado com o pior do Brasil

agosto 02, 2003

LUTANDO POR UM MUNDO LIVRE

Os Estados viraram massa de manobra do capital e isso todo mundo já sabe. Mas deixar o capital deliberadamente sustentar esse mundo de repressão e hipocrisia que nós vivemos é ser imbecil. Se o dinheiro move o mundo, como diz aquela musiquinha estadunidense, e você tem poder de compra, então também tem o poder de mover o mundo. É só pensar em como gasta seu dinheiro. Reagir com inteligência às manifestações contra a liberdade do ser humano é fundamental. E a galera gay arrumou um jeito muito divertido de protestar. Aliás, esse bom humor é uma das coisas mais típicas e legais da comunidade gay.

Gays organizam "beijaço" de protesto em shopping de São Paulo

SÃO PAULO (Reuters) - Homossexuais vão fazer um protesto no estilo "beijaço" no próximo domingo no shopping Frei Caneca, em São Paulo, no mesmo lugar onde um casal gay foi repreendido por um segurança quando se beijava antes de entrar no cinema.


Leia essa opinião (gay) sobre o caso:

Caso Shopping Frei Caneca

O beijo que não pode ser calado

por Eduardo Piza Gomes de Melo
31/7/2003

O incidente ocorrido no Shopping Center Frei Caneca, em São Paulo, no último domingo, sobre a repressão e o dano moral contra duas pessoas do mesmo sexo que manifestaram seu afeto em público, há que ter a máxima atenção e consideração de todos que defendem os direitos humanos e a democracia. E, tomara que a reação que se esboça por parte destes todos defensores se transforme num marco importante na história da emancipação e do reconhecimento dos direitos civis dos homossexuais no Brasil.


Quando há ofensa aos homossexuais - qualquer que ela seja - o movimento GLBT organizado sempre se debate na procura de melhores fórmulas para assistir à vítima e punir os responsáveis. É desta conduta que saíram iniciativas como os serviços de disque denúncia e de assessoria jurídica - ainda que precários ou pífios alguns foram. A pressão para o julgamento e a condenação dos skinheads que mataram Edson Neris em 2000 na Praça da República vem no bojo desta onda judicialista.


Assim, também, o Poder Judiciário e o Ministério Público têm sido indicados por grupos e militantes para socorrer os atingidos pelo preconceito e discriminação. No entanto, apesar de tudo, a comunidade homossexual ainda não conseguiu ter aprovada uma única lei federal que reconheça a existência e assegure direitos aos GLBT. Nada, absolutamente nada.


No caso de São Paulo a questão é agravada, pois a comunidade homossexual é capaz de produzir um evento da magnitude da Parada do Orgulho, com um milhão de participantes, mas não consegue fazer com que o Secretário Estadual de Justiça, Alexandre de Morais, ilustre jurista constitucionalista e ex-promotor público, cumpra a lei estadual antidiscriminatória em vigor, instaurando processos administrativos em comissões especiais. Mas a raiz do problema não está somente na surdez do poder público.



O Estado e a cidade de São Paulo, mecas do capitalismo sulamericano, dispensam tratamento desonroso aos homossexuais. O que ocorreu no Shopping Frei Caneca revela de maneira inquestionável um fato pouco enfrentado e debatido: o comércio, a indústria e o mercado brasileiros aceitam sem nenhuma parcimônia o dinheiro dos homossexuais, mas não têm competência e discernimento suficientes para enxergar que estes mesmos homossexuais são titulares de direitos de consumidor.


Neste ponto os capitalistas brasileiros continuam sendo burros, e muito burros, a ponto de terem patrocinado R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) na Parada do Orgulho de São Paulo, desde que não fosse feita qualquer vinculação do nome, produto e marca do patrocinador ao evento. Patrocínio cala boca. Pagar para ser esquecido, pagar para que esqueçam o deslize de uma propaganda de automóvel igualmente burra e preconceituosa.


Se esta gente conhecesse o Castro em São Francisco ou o Village em Nova York saberiam que muitas marcas de grandes empresas estão associadas à comunidade GLBT, sem qualquer constrangimento e à procura de consumidores. Vale a pena dar uma lida no relatório anual do Centro Comunitário GLBT de Nova York para ver a presença de grandes bancos e empresas aéreas na relação de seus principais mantenedores.


O Shopping Frei Caneca, por sua vez, tem uma grande quantidade de clientes homossexuais, que freqüentam sua praça de alimentação, suas lojas, salas de cinema e estacionamentos. É por esta razão que ele já foi rebatizado pelos gays de SHOPPING GAY CANECA. E lá, no coração do gueto GLBT consumista, onde o pink money mostra seu lado mais condescendente, ousam dizer que o beijo de duas pessoas do mesmo sexo não pode ser dado. Ousam dizer como se deve beijar em público. Ousam dizer o que é beijo imoral.


Esta gente precisa de uma lição, e de uma lição bem dada. Precisam saber que se não tratarem bem seus clientes homossexuais, beijoqueiros ou não, estes clientes irão consumir e beijar em outra freguesia. Chegou a hora de mostrar para os shopping centers, às montadoras, aos publicitários, aos capitalistas em geral, que boca foi feita para beijar e não para ser calada. E que dinheiro foi feito para ser gasto com quem trata bem seu dono.


Esta gente precisa ficar assustada e preocupada com a bobagem que fizeram, para nunca mais repeti-la, pois poderão ter prejuízos financeiros por causa de uma bravata moralista.


No próximo domingo, dia 03.08.03, é dia de beijo resposta, dia de resposta bem dada. Vamos mostrar que quem beija por último beija melhor.


Eduardo Piza Gomes de Mello é advogado em São Paulo e participa do Instituto Edson Neris.

agosto 01, 2003

A VIAGEM DE CHIHIRO



Ontem eu levei o Renatinho, meu sobrinho de 11 anos, ao cinema. Minha sorte é que o garoto ama anime e isso garantiu a diversão pra mim também, hehe, que só tenho tamanho. ;-) Assisti a belíssima fábula A Viagem de Chihiro, um senhor longa de animação, ganhador do Oscar da categoria em 2003. Muito original, roteiro bacana, poético e onírico, fotografia magnífica e um conjunto fiel à cultura japonesa, o filme só faz concessões ao ocidente quando lembra o Mágico de Oz ou Alice no País das Maravilhas. Se puder vá ao cinema vê-lo, mesmo que não tenha uma molecada pra levar como desculpa.
O Sérgio Dávila da Folha já pode entrar para qualquer antologia de frases brilhantes. Mandou essa, na resenha sobre o lançamento de Exterminador do Futuro 3:

"Até hoje, ninguém perdeu dinheiro apostando na ignorância do norte-americano médio, seja o espectador de cinema, seja o eleitor registrado."

Matt Groening, pai dos Simpsoms, que o diga...