Participe!! Divulgue!
Pela Paz, Contra a Guerra!
Sábado 15 de fevereiro: manifestação contra a Guerra ao Iraque.
Concentração às 16h no MASP, passeata até o Ibirapuera com ato de encerramento em às 18h.
Dia 15 é dia mundial de mobilização contra a Guerra ao Iraque !!!
Venha mostrar sua indignação e dizer: NÃO À GUERRA!!!!
Só há uma maneira de parar essa máquina mortífera: A humanidade que deseja a paz verdadeira, que se indigna com a Guerra e suas conseqüências para os seres humanos e o meio ambiente estar nas ruas de todo mundo exigindo: Não à guerra contra o Iraque! Pelo direito à soberania e autodeterminação dos povos do Mundo!
Comitê São Paulo contra a Guerra ao Iraque
Leia aqui um texto brilhante do
Emir Sader sobre a guerra:
Um novo poder imperial
Emir Sader
A guerra do Golfo de 1991 foi para expulsar o Iraque do Kweit. O
então presidente dos EUA, George Bush, confessou que era uma guerra
pelo petróleo, porque países que invadem outros, há vários casos, mas
nenhum outro mereceu a invasão, porque não havia petróleo no meio.
Desta vez, a guerra vai redesenhar o mapa de toda a região,
introduzindo um novo poder imperial. Todos sabem que os EUA pretendem
instalar-se no coração do Oriente Médio por tempo prolongado ou
indefinido. A Síria e a Arábia Saudita ficarão totalmente cercados
por tropas e bases militares norte- americanas. O Irã ficará
parcialmente cercado. Os EUA poderão intervir em qualquer país da
região sem ter mais que pedir apoio terrestre para nenhum país. Atualmente dependem do Kweit e da Turquia para poder invadir o
Iraque. Os EUA passarão de ser uma potência com forte influência
regional através da coalizão com aliados locais, para ser uma
potência regional, capaz de operar com seus próprios meios.
Além de que, uma vez instalados no Iraque, os EUA se apropriarão da
segunda reserva mundial de hidrocarburos, podendo transformar
significativamente o mercado mundial de petróleo. Os EUA poderiam
dobrar rapidamente a produção, fazendo diminuir os preços do
petróleo, enfraquecendo a OPEP e, com ela, países como a Líbia, o
Irã, a Venezuela. Os EUA poderão recompor as reservas à sua
disposição, distanciando-se do atualmente incômodo aliado da Arábia
Saudita e favorecendo a retomada do desenvolvimento da economia norte-
americana.
Com essa guerra os EUA começam a pôr em prática seu novo projeto para
o Oriente Médio, de importar os modelos de democracia liberal e de
economia de "livre mercado" para a região, considerando que isto
significaria "modernizar" os países árabes, partindo do
modelo "ocidental"' na região Israel. Trata-se de instalar
a "guerra de civilizações" no coração do Oriente Médio. As tentativas
de derrubar o governo de Arafat fazem parte da obsessão atual de que
a missão dos EUA é "modernizar", "democratizar", introduzir o
capitalismo de mercado no conjunto da região, começando pelo Iraque e
pela Palestina, para depois, seja pela pressão e pelas ameaças, com
bases militares na fronteira do Irã, da Arábia Saudita, do Kweit, da
Síria, da Turquia e da Jordânia, seja por novas intervenções diretas,
estender essa mancha de "civilização" desde dentro da "barbárie" do
mundo árabe.
Os EUA dispõem da superioridade militar suficiente para teoricamente
conseguir impor uma guerra de prazo curto, pagando um preço
relativamente baixo por atuar sem as condições políticas básicas para
uma intervenção desse tipo, não importando o número de vítimas.
Internamente estará iniciada a campanha eleitoral para a reeleição
(como dizem alguns, para que Bush possa ser pela primeira vez eleito
presidente dos EUA) do atual presidente no final do próximo ano. Ele
terá revigorado o clima histérico de país sitiado pelos "terroristas"
que têm lhe rendido tantos frutos.
Externamente, caso possam resolver favoravelmente esta guerra, os EUA
terão conseguido transformar a força em argumento, com a
chamada "comunidade internacional" aderindo ou se adequando aos
interesses e à ação belicista norte-americana. O mundo será mais
instável e não menos, porque esta é a primeira de uma série de
guerras e de demonstrações de uso indiscriminado da força e de
desprezo por qualquer legalidade internacional.
Terá surgido um novo império. Aquela liderado pela Inglaterra, de
caráter colonial, ocupava militarmente territórios como se fossem
partes do seu império. A hegemonia imperial norte-americano do século
XX combinou influência ideológica, exploração e dependência
econômicas, com intervenções militares. Este novo império norte-
americano do século XXI combina elementos da dominação colonial como já faz no Afeganistão e pretende fazer no Iraque -, com os
outros ideológicos e econômicos, pretendendo construir um império
global centrado na sua indiscutida superioridade militar.
Tudo articulado com valores liberais política e econômicamente -,
incluídos direitos humanos e liberdade de expressão. Desaba assim,
com o modelo econômico neoliberal que generaliza o "tudo se compra e
tudo se vende", a farsa do liberalismo como sistema político e
ideológico que pretende encarnar a liberdade e a democracia, mas
dissemina a discriminação, o desprezo da lei e a subjugação dos mais
fracos. É chegada a hora de um outro mundo, de uma outra política, de
uma outra economia, de uma outra cultura, de outros valores, que
apontem para o renascimento do humanismo e da solidariedade. Os EUA,
filho dileto e "milagre" privilegiado do capitalismo, exibe suas
vísceras e expõem os limites de uma sociedade em que triunfam o mais
forte e o mais rico. Ou saímos desse mundo ou sucumbiremos com ele.